segunda-feira, 18 de junho de 2012

Casório coletivo no Itaquerão reúne engenheiros, peões, católicos, evangélicos e até palmeirenses


O estádio que o Corinthians e a construtora Odebrecht estão erguendo na zona leste de São Paulo foi palco, no último domingo, das primeiras fortes emoções que a arena alvinegra irá abrigar. A um ano e meio da conclusão da obra, o grito que ecoou não foi o de gol.
O que se ouviu foi um uníssono "sim" gritado por mais de 120 noivas e noivos que juraram seus votos de eterna fidelidade e união em uma cerimônia coletiva no campinho da pelada dos peões que tocam a obra. A festa não poderia ter sido mais corintiana, cheia de paixão, de gente pobre e de gente rica misturada, de pessoas de religiões diferentes se abraçando e celebrando juntas e até de palmeirenses que aproveitaram a oportunidade de casar na casa do adversário.
É o caso de D.R.B e C.C.B. O eletricista, de 24 anos, era só sorrisos enquanto aguardava a entrada da noiva no recinto da cerimônia dos evangélicos (foram realizadas duas cerimônias, para católicos e evangélicos, que puderam assistir e aplaudir aos casamentos uns dos outros). Enquanto aguardava, abriu o paletó e mostrou, discretamente, um broche pregado pelo lado de dentro. Ele carregava o distintivo do Palmeiras no peito.
"Pelo amor de Deus, não vai me colocar meu nome na reportagem, que vão pensar que eu estou de sacanagem", pediu, em tom de súplica, o eletricista, que exibira seu broche sem ter notado que conversava com um repórter.
Refeito do susto, ele contou que a agora esposa e manicure C.C.B. ("Também não vai me colocar o nome da minha mulher. Ela também é palmeirense, mas torce para a obra ficar pronta direitinho") sempre teve o sonho de casar de véu e grinalda, mas que o salário dos dois nunca foi suficiente para fazer a festa que queriam.
Assim, quando a Odebrecht anunciou que faria o casamento coletivo, pagando pelos salgadinhos, pelos refrigerantes, pelas alianças e pela documentação, o casal viu uma oportunidade imperdível. "Nunca pensei em casar no estádio do Corinthians, mas também nunca pensei que iria ajudar a construir o estádio do Corinthians, mas não me arrependo, está tudo ótimo", concluiu o palestrino.
A maioria dos que ali juravam seus votos já vivem juntos, e apenas oficializaram o matrimônio neste domingo, podendo casar de papel passado, no civil e no religioso. Assim foi com Jenifer Madalena Pereira Barbosa, de 24 anos, mãe de dois filhos (presentes na cerimônia) e companheira há cinco anos do pedreiro Francisco Barbosa, pedreiro no Itaquerão.
"Demorou cinco anos para eu colocar o Barbosa no meu nome, mas valeu a pena", contou a noiva, que só lamentou o pouco tempo que terá para curtir a lua de mel. "Ah, meu marido vai ter só três dias de folga. Todo mundo tem que trabalhar muito para terminar o estádio para a Copa", explica Jenifer. A previsão da construtora é de entregar a obra em dezembro de 2013, a tempo de receber a cerimônia de abertura da Copa, em 12 de junho de 2014.
Com cerca de 40% da obra concluída, ainda há muito trabalho pela frente. Por isso mesmo as máquinas e os operários que não estavam casando não deixaram de trabalhar neste domingo, dando ao casamento uma trilha sonora inusitada, além de fazer o chão tremer de vez em quando.
Vez ou outra, um ruído diferente ou um sussurrro ao pé do ouvido de um funcionário com cara de ocupado fazia lembrar a um dos que participava da cerimônia que ali se estava construindo um estádio da Copa. Trata-se do engenheiro Frederico Barbosa, o chefe das operações da arena corintiana.
Ele se juntou a seus comandados e participou da cerimônia comemorando as Bodas de Pérola (30 anos de casamento) que completa com a mulher, Andréa. "Fiz questão de participar com eles (funcionários), e ainda aproveito para renovar meus votos de homem casado".
O evento contou ainda com a benção de Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians e atual diretor de seleções da CBF. Um dos principais idealizadores do estádio corintiano, Sanchez pode ter saído do Corinthians, mas o Corinthians não saiu dele. Com a informalidade que lhe é peculiar, trajando tênis de cadarço laranja e camisa vermelha, ele parabenizou os casais e agradeceu as mulheres.
"Quero dizer obrigado às mulheres que deixam seus maridos saírem no domingo para ver os jogos do Corinthians", disse Sanchez, que serviu de testemunha formal para as uniões matrimoniais. Com a benção de São Jorge.



domingo, 10 de junho de 2012

Imagens que traduzem milhões de palavras, a industria do petróleo arregimenta milhões de profissionais de toda ordem, por todo o mundo...o ouro negro, que move uma fortuna todos os dias!
Vivo nesta "cadeia de átomos do hidrocarboneto" a trinta anos e percebo novas gerações, também dependentes desta cadeia... movendo motores da economia mundial, gerando guerras, domínios pela força, pela inteligencia humana! Temos que tirar o chapéu, mesmo assim, pelos males criados, pelas riquezas criadas, pelas famílias criadas, pela esperança gerada de vidas melhores!  Uma visão romântica, talvez, porém real para muitos. abraços a todos que nasceram e vivem nesta cadeia alimentar!