segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Bom Senso FC - Jogadores lutam para melhorar o calendário do futebol brasileiro

A primeira reunião do Bom Senso FC
A primeira reunião do Bom Senso FC
Goleiro do São Paulo foi o porta-voz do Bom Senso FC após primeira reunião
Após o primeiro encontro oficial do Bom Senso FC, movimento de jogadores que lutam para melhorar o calendário do futebol brasileiro, já é possível detectar algumas tendências dessa mobilização. 

A primeira, previsível, é a adesão cada vez maior de outros atletas, com cerca de 300 participantes até o momento. E a segunda foi revelada pelo goleiro Rogério Ceni, um dos líderes do grupo, ao lado de Alex, do Coritiba, e Paulo André, do Corinthians.

"Não é briga, não é boicote, não é greve. É necessário que a gente converse com as pessoas que decidem o futebol do Brasil e que o atleta seja parte ouvida", comentou.

Desta forma, o movimento não vai buscar o confronto, mas sim o diálogo com a CBF e a TV Globo, que detém os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro.

O Bom Senso FC surgiu após a divulgação do calendário 2014 pela Confederação Brasileira de Futebol, que obrigaria os principais clubes do país a ter uma pré-temporada de apenas alguns dias, por causa da realização da Copa do Mundo. Isso causou uma insatisfação muito grande dos atletas, que buscam mudar essa situação.

"Tentamos apresentar benefícios para a televisão, que é quem banca o futebol, e para as instituições. A gente não caminha no sentido contrário. Queremos expor ao máximo o futebol, mas valorizá-lo ainda mais. O diálogo é o melhor caminho", afirmou o capitão são-paulino.

No encontro desta segunda-feira, que reuniu 20 jogadores de vários clubes brasileiros, o objetivo foi definir as propostas centrais para questões que têm repercutido no futebol nacional, como calendário do futebol nacional, férias dos atletas, período adequado de pré-temporada, Fair Play financeiro, participação nos conselhos técnicos das entidades que regem o futebol.

Um documentado assinado por todos os jogadores presentes na reunião será enviado à CBF.

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Modelo obsoleto: calendário brasileiro é criticado até na Europa

Jogadores, jornalistas e dirigentes falam sobre possíveis mudanças no calendário



INTERNA Neymar - Brasil x Japão (Foto: Mowa Press)
A possibilidade de mudança do calendário brasileiro para adequação ao modelo europeu foi recentemente rechaçada pelo presidente da CBF, José Maria Marin. 

No entanto, jogadores com experiência no Brasil e que jogam na Europa, além de jornalistas europeus, atestam que o abismo entre os dois calendário é maior que o mandatário imagina.

O zagueiro Felipe Santana, do Borussia Dortmund e com boa passagem pelo Figueirense fala da importância de uma pré-temporada adequada – algo impossível com o atual formato dos Estaduais:

- Antes do início, treinamos aqui um mês e meio. No Brasil, temos o que eu chamo de pré-temporada ativa, com jogadores adquirindo forma física jogando os Estaduais. Isso acaba em sobrecarga e as lesões são inevitáveis.

Nesse ano, o Santos tem sido um dos maiores prejudicados com o calendário, perdendo o craque Neymar em vários jogos do Brasileirão por conta de convocações para a Seleção. Já em 2009, clubes como Coritiba e Flamengo já se colocavam a favor da mudança no calendário.

O presidente do Peixe Luis Alvaro Ribeiro admitiu que tem conversado com dirigentes da CBF para que haja um bom senso:

– Tenho conversado bastante com o Marin e com o Marco Polo. Os clubes são os grandes prejudicados dessa anomalia, em que marcam jogos da Seleção em datas do Brasileiro, ao contrário da Europa.

Além de prejudicar fisicamente os jogadores, obrigados a participar de um Estadual sem condições físicas ideais, e os clubes, que são obrigados a jogar desfalcados por falta de pausa para jogos de seleções, outra consequência da inadequação do calendário brasileiro ao europeu é a falta de sincronização, com janelas de transferências em datas distintas.

O diretor do Vasco, Daniel Freitas, admitiu que a adequação facilitaria até negócios:

– Facilitaria na questão do mercado. Mas acho difícil que ocorra.

COM A PALAVRA

Mikel Recalde, repórter do jornal "As" (ESP)

O fortalecimento econômico do Brasil manteve jogadores como Neymar fora da Europa e fez com que os grandes clubes locais mantivessem seus principais atletas. 

Isso significou também que a Seleção Brasileira voltou a convocar jogadores que atuam no país e o calendário passou a incomodar.

O calendário europeu não é perfeito, pois há jogos de clubes logo depois de partidas pelas seleções. E se Messi ou Falcao se machucam por suas seleções? 

Quem paga o pato são seus times. No entanto, creio que é o modo mais efetivo de operar. 

Parar o campeonato durante jogos de seleções é o mínimo que se deve fazer. Se não é o caso, as equipes com os melhores jogadores, com mais “internacionais” são as que mais sofrem.

O calendário europeu é definido e organizado, apesar de não ser perfeito. Não é possível que esses clubes mais prejudicados não pressionem as federações, eles perdem muito assim.

Gonçalo Lopes, repórter do jornal "Diário de Notícias" (POR)

É incompreensível como as autoridades do futebol brasileiro ainda não adequaram o calendário ao dos principais campeonatos da Europa. 

Quem perde muito com isto são os clubes brasileiros, que ficam delapidados dos principais jogadores em alturas cruciais da temporada.

Face ao maior poderio econômico da Europa, os clubes brasileiros arriscam sempre perder os melhores jogadores no meio do ano, uma alteração para o calendário europeu evitaria esse cenário e proporcionaria aos clubes uma melhor preparação da temporada e ainda com os cofres cheios de euros. 

Outra coisa que não se entende é o fato de, por vezes, os clubes nem pararem nas datas Fifa. Em toda a Europa os clubes param quando as seleções jogam, não são prejudicados. 

O exagero no número de jogos também é digno de nota: 70 ou 80 jogos não existem. 

Na Europa, o máximo de partidas é 60 por temporada.

Jonas (à direita) fala sobre as diferenças entre os calendários na Europa e no Brasil (Foto: Jose Jordan/AFP)

BATE-BOLA

Jonas, atacante do Valencia e da Seleção Brasileira

LNET!: Qual é a importância dos amistosos da pré-temporada?

JONAS: São jogos de nível que fazemos, mesmo distante da forma ideal. 

Nós tivemos jogos contra Tottenham e Porto, que são times de ponta, e já somos testados depois de três, quatro semanas de treinamentos muitos fortes. Então pegamos times de outros países, é muito bom para condicionar.

LNET!: O respeito com a data Fifa é essencial para o jogador?

JONAS:
 É fundamental para todos: clube, jogador e seleção. Defender a seleção, seja qual for, valoriza o jogador, e todos nós temos o sonho, e o clube quer que seu atleta esteja lá. Mas não pode ficar sem ele em suas partidas decisivas.

LNET!: O assunto da diferença do calendário brasileiro é comentado na Europa?

JONAS:
 Fala-se bem pouco aqui, eles nem se interessam, na verdade. Só mesmo em procurar jogador novo, às vezes acompanhar alguns jogos, mas não há muita noção de temporada. Mas quando conversamos sobre isso, na verdade não é muito legal, eles até riem da nossa cara quando nós fala da situação.

LNET!: E a questão de adiamentos de alguns jogos?

JONAS:
 É errado ter que fazer isso, algum time fica com um, dois jogos a menos, prejudica o Campeonato Brasileiro.

LAOR, presidente do Santos (à esquerda), está tentando convencer Marin a mudar o calendário
(Foto: Ivan Storti)
DIRIGENTES FALAM

Você é a favor da adequação ao calendário europeu, com espaço para excursionar e valorizar a marca do seu clube?

Eduardo Maluf, diretor de futebol do Atlético-MG:

"Eu sou a favor dessa adequação do calendário porque assim o Atlético teria a chance de ter 30 dias de pré-temporada no Brasil e mais um tempo para essas excursões para a Europa ou outros continentes, já que é uma ótma oportunidade de gerar receita. 

Hoje em dia nenhum clube nacional disputa amistosos internacionais de grande porte. Acho que faz falta. Você leva o nome do clube para o exterior, valoriza sua marca e tem a oportunidade de gerar receita.

Paulo Angioni, gerente de futebol do Bahia:

"Acho que isso é uma discussão muito longa. Nao é uma situação fácil de adequação. 

Não tenho dúvida que com o nosso calendário, o intercâmbio ficou prejudicado. Eventualmente os europeus também vêm pouco ao Brasil, porque não há data para que eles participem de algum torneio. Eu vejo como uma adequação muito difícil. 

Não é uma coisa muito tranquila você trazer o modelo do calendário europeu para o brasileiro. Tem muitos complicadores, não é fácil de ser resolvido.

O ideal seria que você pudesse equacionar o propósito do calendário deles, até por causa das janelas, mas eu entendo muito bem as dificuldades de equacionar isso. 

Em virtude de entender como muito difícil essa adequação, eu prefiro não dar uma opinião. Pode ser muito vantajoso, mas traria muitos complicadores."

Felipe Ximenes, superintendente de futebol do Coritiba:

"Eu penso que é uma questão mais complexa do que pura e simplesmente adequar o calendário. Não é uma simples mudança porque o Brasil tem um tamanho continental, então a adequação é quase que uma adaptação de um continente a outro. 

Tem que levar em conta os países na Europa. As dimensões dele são bem menores que o Brasil. Transcende o fato de pura e simplesmente mudar. 

 gente tem o mercado do Oriente Médio, do Japão e outros mercados que estão aparecendo e são importantes para o futebol brasileiro e não necessariamente têm as mesmas datas da Europa.

Então é um estudo mais aprofundado, não tão simples. Você imagina: a gente pensa muito no Brasil, a gente fala de Série A e B, mas temos um esporte de mais de 50 mil profissionais e a mudança para o calendário europeu pode impactar nos campeonatos estaduais, o que pode gerar um desemprego altíssimo aos profissionais de futebol. 

Com a adequação, como ficariam os estaduais? Seria um efeito cascata nos outros campeonatos.
Eles (campeonatos europeus) têm essas divisões em baixo, mas essas divisões conseguem disputar porque os times da série principal jogam bem menos que a gente, aí fica mais fácil de adequar em baixo. 

Você imagina o Coritiba este ano: jogamos quase 80 partidas. Do que adianta adequar o calendário brasileiro aos europeu, se depois nos estaduais você não consegue descansar os 45 dias que os europeus descansam?"

Daniel Freitas, diretor de futebol do Vasco:

"Facilitaria na questão do mercado, principalmente o mercado europeu, que é o grande consumidor. Porém, pela questão cultural do futebol brasileiro, acredito que seria difícil essa adequação. 

Para que isso (excursões) acontecesse, seria necessário ter um período de pré-temporada maior e, com isso, ter a data dos Estaduais agendada para mais tarde, mas não necessariamente seria preciso adequar o calendário brasileiro ao calendário europeu."

Rodrigo Caetano, diretor-executivo do Fluminense:

"Os pontos positivos são maiores do que a possibilidade de excursionar. a gente coloca questão de transferência, de montagem de elenco, que na verdade seria melhor, ficaria claro que é melhor se a janela fosse adequada, mas envolve questão de patrocínio e até a cultura, então não tem como falar."

Luis Alvaro Ribeiro, presidente do Santos:

"Nós pedimos uma maior racionalidade no calendário, para que os clubes não sejam tão prejudicados. Me preocupo muito com este assunto e tenho conversado bastante com o Marin e com o Marco Polo. 

Os clubes são os grandes prejudicados dessa anomalia, em que marcam jogos da Seleção em datas do Brasileiro, ao contrário do que acontece em toda a Europa.

Contratamos os estudos do Amir Somoggi (consultor de marketing esportivo), para mostrar o quão prejudicial está sendo. Impede a aproximação com os europeus também. 

Depois que o estudo estiver pronto, vou convidar outros clubes para discutirmos sobre o assunto."

Patrícia Amorim, presidente do Flamengo:

"Desde que haja um acordo com a CBF e os clubes, a adequação é válida. Desta maneira os clubes podem ter a opção de excursionar com suas equipes no meio do ano, por um período de cerca de 30 dias, por exemplo. 

Justamente quando as equipes europeias estão iniciando suas pré-temporadas, gerando uma exposição da marca institucional, dos produtos licenciados e também gerando receitas, possibilitando, desta maneira, a internacionalização da marca Flamengo."

Duílio M. Alves, diretor adjunto do Corinthians:

"Existem várias sugestões e formas de pensar. Acho que o calendário precisa, sim, em um futuro próximo, ser refeito. 

Acho que é uma coisa que o Brasil, a própria CBF e as federações deviam aproveitar e fazer como foi feito na Copa do Brasil do ano que vem, com a participação de clubes que estão na Libertadores. 

Acho que, com o tempo, com bastante conversa e estudo, é uma coisa para se planejar pra 2014 ou 2015, é uma coisa pra ser feita com calma e repensar tudo isso"

Julio Casares, vice de Comunicações e Marketing do São Paulo:

"Eu acredito que seria bom, poderíamos excursionar, levar o time para fora do país, divulgar a marca. 

A nível de mercado seria bom. Mas acho que temos que respeitar os direitos de televisão também, que injetam um dinheiro significativo nos clubes."

Arnaldo Tirone, presidente do Palmeiras:

"O problema é o calendário. Estamos focados no Campeonato Brasileiro, não queremos falar de outra coisa. 

(Em relação ao Campeonato Paulista) Não faremos reclamação, porque esse formato já vem sendo usado faz tempo. Na verdade, isso é um fato irrelevante, porque já está decidido. 

Não adianta a gente falar nada."


Confira dicas de Língua Portuguesa para o VestUfes 2014

Folha Vitória
Redação Folha Vitória

Divulgação

“Nóis vai comprar um pão...”. Por mais absurda que seja a construção da frase, ainda é comum ver falhas desse tipo nas provas de Língua Portuguesa nos processos seletivos do vestibular. Ansiedade, nervosismo, dentre outras atitudes, podem induzir os alunos a distorcerem a gramática.
De acordo com professora de Português, Cláudia Simões Mariano, os estudantes além de dominarem os conteúdos, devem ler com muita atenção o enunciado das questões para que, de fato, consigam entender as propostas apresentadas.
“O aluno que apenas decora os conteúdos provavelmente não vai conseguir resolver boa parte das questões. O estudante deve ter o domínio dos conceitos exigidos na avaliação, para que assim não erre na resposta final”, ressaltou a educadora, que também atua como técnica educacional na Assessoria de Apoio Curricular e Educação Ambiental da Sedu. 
A prova de Língua Portuguesa exige dos candidatos conhecimentos de gramática, regência, advérbios, concordância verbal e nominal, sujeito, predicado, conjugação de verbos, e demais conteúdos que envolvem a disciplina.
Segundo Cláudia Simões, o que mais assusta o candidato é quando há um período extenso na questão para ser destrinchado. “Minha indicação é que os alunos comecem pelas perguntas mais fáceis, justamente para evitar esse tipo de contratempo. Cada minuto é precioso para a construção do futuro deles”, frisou a professora.
Redação
As propostas de redação no vestibular abordam temas objetivos e diversificados como violência, política, tecnologia, saúde, sustentabilidade, dentre outros assuntos em evidência na atualidade, além dos conceitos vistos durante o ensino médio. 
Os gêneros textuais cobrados na redação englobam estilos como narrativa, dissertação, crônica, descrição, argumentação, relato, artigo de opinião, carta, interpretação, entre outros.
“O candidato deve constantemente fazer a leitura das obras indicadas pela comissão do vestibular, além de se informar por meio de revistas, jornais, assistir a noticiários, filmes, dentre outros meios que venham colaborar para a expansão do vocabulário. Assim o texto fica mais interessante e o assunto será desenvolvido com mais facilidade”, enfatizou Cláudia Simões. 
Outra dica fornecida pela educadora é que os candidatos acessem o ambiente virtualhttp://espacoenem.es.gov.br/enem/. Lá, os estudantes encontram dicas, links, vídeos, resolução de questões, simulados, dentre outras opções de estudo.
VestUfes 2014
As inscrições pra o vestibular da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) seguem até o dia 23 de outubro e a taxa é de R$ 60,00. O candidato deve se inscrever no site da universidade - www.ccv.ufes.br, e também estar inscrito no Exame Nacional do Ensino Médio 2013 (Enem). São 4.266 vagas distribuídas entre os 79 cursos oferecidos pela instituição.
Para este processo seletivo, as novidades são a abertura do curso de Pedagogia, com 50 vagas, e mais 24 vagas para Enfermagem, ambos no Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes), em São Mateus.
A solicitação para a isenção de taxa de inscrição vai até o dia 9 de outubro e o candidato deve possuir renda familiar per capita igual ou inferior a um salário mínimo e meio (R$ 1.017,00). Além disso, o candidato deve ter concluído ou estar na última série do ensino médio em escola da rede pública ou ser bolsista integral em escola privada e estar inscrito no Enem.
Vale lembrar que no ato da inscrição o candidato deve escolher se vai concorrer ou não pela reserva de vagas que destina, no mínimo, 50% das vagas para aqueles que tenham cursado todo o ensino médio em escola pública.
Em 2012, o vestibular da Ufes teve 18.646 inscritos.
Prova
As notas das provas objetivas do Enem 2013 serão utilizadas para a 1ª etapa do processo seletivo da Ufes. As provas da 2ª etapa serão realizadas nos dias 19, 20 e 21 de janeiro, nas cidades de Vitória, Serra, Vila Velha, Cariacica, Alegre e São Mateus. O resultado final está previsto para o dia 8 de março.
Confira as obras literárias para o VestUfes de 2014
- Monólogo de uma sombra – Augusto dos Anjos (poesia)
- Dois perdidos numa noite suja – Plínio Marcos (teatro)
- Terra sonâmbula – Mia Couto (prosa narrativa – romance)
- Singularidades de uma rapariga loira, Adão e Eva no paraíso, Civilização e O defunto – Eça de Queiroz (prosa narrativa – contos)
- O recado do morro – João Guimarães Rosa (prosa narrativa – novela)
- As meninas – Lygia Fagundes Telles (prosa narrativa – romance)
- O matador – Patrícia Melo (prosa narrativa – romance)
- Zero – Douglas Salomão (poesia)
- Ai de ti, Copacabana – Rubem Braga (prosa narrativa – crônicas)
Pré-Enem
O programa destina-se, exclusivamente, a alunos regularmente matriculados e frequentes da 3ª série do ensino médio, da 4ª série do ensino médio integrado ou da 3ª etapa da Educação de Jovens e Adultos (EJA/EM) da rede pública estadual.
Um dos objetivos é atender aos estudantes concluintes do ensino médio da rede pública estadual, oportunizando aos jovens o acesso a um nível de escolaridade mais elevado. Além disso, busca fortalecer o atendimento educacional complementar fortalecendo os conteúdos estudados como pré-requisitos para participação nos processos mais importantes inerentes ao ensino médio.
O Pré-Enem contempla as áreas de conhecimento, conforme matrizes do Enem- Linguagens: Língua Portuguesa; Ciências Humanas: História e Filosofia, Geografia e Sociologia; Ciências da Natureza: Física, Química, Biologia e Matemática.
Neste ano, 1.250 vagas comtemplaram alunos dos munícipios de Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Colatina, Domingos Martins, São Mateus, Serra, Viana, Vila Velha e Vitória – com abrangência também em municípios vizinhos.
fonte:

Barbosa critica corrupção no Brasil e dispara: “Só não aplica a lei aquele juiz que é medroso”

Ministro pede que juiz não tenha ‘que passar com um pires na mão para conseguir promoção’

Barbosa pediu paz para que os juízes apliquem as leisFellipe Sampaio/08.08.2013/STF
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Joaquim Barbosa, criticou , nesta segunda-feira (30), toda e qualquer forma de corrupção e pediu “paz” para os juízes brasileiros aplicarem as leis. Barbosa afirmou ainda que o número excessivo de partidos é prejudicial ao sistema político-eleitoral do País.
Em encontro com empresários em São Paulo, Barbosa afirmou que os magistrados brasileiros precisam de “tranquilidade” e “estar livre de qualquer tipo de influência”.
— Quando o juiz quer, ele decide, ele aplica. Só não aplica a lei aquele juiz que é medroso, comprometido ou é politicamente engajado em alguma causa que lhe distrai ou lhe impeça de se dedicar à sua missão. Leis, nós temos. Leis não são perfeitas, mas lei que combate a corrupção nós temos. [...] O que temos que examinar é por que eles não decidem. [...] É preciso deixar o juiz em paz.
O presidente da mais alta Corte brasileira criticou ainda a progressão da carreira dos juízes no Brasil, que assumem cargos públicos e não tem uma possibilidade de crescimento sem interferências políticas. Barbosa usou um exemplo de um juiz federal que quer ascender para Tribunais Federais.
— No caso dos nossos juízes que ingressam por concurso público, na expectativa de progressão das suas carreiras, entra em jogo um fenômeno dos mais perniciosos. Imagine um juiz federal aqui de São Paulo. Naturalmente, ele tem a expectativa de subir na sua carreira, mas não há mecanismos que criem automatismos que permitam a esse juiz ser promovido sem ter que passar por aí com um pires na mão para conseguir essa sua promoção. Deixem o juiz em paz, de forma que ele evolua na sua carreira de maneira natural. [...] Vamos atracar o problema na sua raiz.
O ministro recomendou ainda cautela com “juiz que vive travando relações políticas aqui e ali”.
— Você jamais vai querer ter seu patrimônio ou aspectos importantes da sua vida nas mãos de juiz com essas características. Nosso sistema permite que esse tipo de influência negativa seja exercida sobre determinados juízes. É claro que há juízes que sabem driblar isso muito bem.
Lula
O presidente do Supremo não quis repercutir a entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao jornal Correio Braziliense, do último domingo (29), em que disse que seria mais criterioso ao escolher ministros da Corte se estivesse na Presidência da República hoje.
— Não tenho nada a dizer. Ele foi presidente da República, eu não sou presidente da República, não tenho nenhum papel na nomeação de ministros do supremo e nunca procurei exercer influência sobre esse papel. Ele não me cabe.
Fonte:

Tecnologia brasileira de purificação de água chega ao mercado

Site Inovação Tecnológica

Sucesso
O Instituto Nacional dePesquisas da Amazônia (INPA) conseguiu um feito raro no Brasil: colocar no mercado um produto baseado em uma tecnologia desenvolvida na instituição.
Purificação de água com energia solar
O equipamento é compacto e agrupa tudo em uma única caixa pesando apenas 13 Kg, o que facilita seu transporte para locais remotos. [Imagem: Fernanda Farias]

O pesquisador Roland Ernest Vetter desenvolveu o Água Box, um sistema de desinfecção de água alimentado por energia solar.
Testado na prática em várias comunidades da região amazônica, o aparelhomostrou-se um prático e barato para proteger a população contra bactérias e outros micro-organismos perigosos.
O aparelho foi demonstrado em vários eventos de ciência e tecnologia nos últimos anos, como o lema "Água Solar: Nós lavamos água".
Agora a tecnologia foi licenciada para a empresa Hightech Componentes da Amazônia, que tem até dois anos para colocar o produto no mercado.
Desinfecção com luz ultravioleta
O protótipo da tecnologia foi testado dentro das instalações do INPA e, desde 2008, está instalado em cinco comunidades indígenas próximo ao rio Juruá, no Amazonas.
"Nós desenvolvemos esse equipamento e vimos durante a pesquisa que ele é de suma importância, principalmente para o interior do estado, ajudando a manter a saúde da população", ressaltou Roland Vetter.
O aparelho desinfeta a água por meio de radiação ultravioleta tipo C.
Ele é capaz de tornar potável as águas sujas de rios e lagos, retirando não apenas os particulados, mas também os germes.
O equipamento é compacto e agrupa tudo em uma única caixa pesando apenas 13 Kg, o que facilita seu transporte para locais remotos.
Alimentado por energia solar, o aparelho purifica 400 litros de água por hora. A vida útil da lâmpada ultravioleta é estimada em 10.000 horas.
Mais tecnologias
O Água Box não é a primeira tecnologia desenvolvida pelo INPA.
A instituição tem atualmente, 71 produtos e 52 pedidos de patentes no Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
Já estão em andamento mais quatro processos de transferência de tecnologia para empresas: a fabricação de farinha de pupunha integral; um processo de obtenção de Zerumbona isolada dos óleos essenciais das raízes de zingiber l. Smith; e uma composição farmacêutica do extrato de zingiber zerumbet.

Fonte:

domingo, 29 de setembro de 2013

De Hitler aos Hippies: a Kombi no cinema em dez filmes

Wilson Roberto Vieira Ferreira

A Volkswagen anunciou o encerramento da produção da Kombi no Brasil, o último país que ainda produzia esse veículo. Junto com o fusca, a Kombi transformou-se em um arquétipo moderno e o significante cultural de uma constelação de conceitos que vão da esfera política às noções espirituais de jornada e liberdade.


A presença da Kombi no cinema vai refletir esse imaginário irônico onde, apesar de nascido de um projeto nacionalista de Hitler e depois sintonizado com o lazer e o consumo individualista de pós-guerra, transformou-se em ícone da contracultura e representante de um estilo de vida antimaterialista e solidário. Abaixo, uma lista de dez filmes onde a Kombi é um personagem cinematográfico com seus múltiplos simbolismos.

Ao lado do fusca, foi o veículo que fez parte do imaginário de uma geração. A Kombi (abreviação da expressão alemã “kombinationsfahrzeug” – traduzindo, “van cargo-passageiro”), nos EUA chamada de VW Bus, acabou tornando-se mais do que um veículo de transporte: deu colorido e ressonância à cultura moderna, transformando-se em um arquétipo cultural, significante de uma constelação de conceitos que vai da esfera política (contracultura e a ética anticonsumista) à espiritual (viagem e liberdade).

                O Brasil era o único país que ainda produzia esse veículo. Mas, segundo a Volkswagen, a produção será encerrada dia 31 de dezembro desse ano com a produção de uma última série limitada e comemorativa unindo todas as características de design das várias versões da Kombi nesses 63 anos.

                Desde o início a Kombi esteve intimamente ligada ao campo do imaginário. O veículo foi um derivado do fusca desenhado por Ferdinand Porsche na década de 1930 e que se encaixou na política nacionalista e populista de Hitler em produzir o “carro do povo”. O “Transporter” ou “Type 2” surge em 1947, com design baseado em caminhões onde a forma e a utilidade se sobrepunham ao conforto e luxo.

Do lazer de classe média à contracultura


                A Kombi entra nos EUA visto como um veículo dotado de estranho design: uma espécie de caixa arredondada (contrastando com os enormes carros potentes e luxuosos de uma América consumista e vitoriosa) e com um motor simples refrigerado a ar. Ideologicamente, a Kombi atendeu a uma atmosfera coletiva de pós-guerra onde os cidadãos afastavam-se da política e da esfera pública para se concentrar na esfera privada e individualista do consumo e do lazer.

                Como veículo barato e de fácil manutenção (qualquer problema mecânico era resolvido “no tranco”) tornou-se o primeiro utilitário para a nova classe média viajar para o campo, praia ou montanha. A publicidade dos anos 1950 destacava tudo isso, mas, principalmente, a sua atitude e distinção em relação aos outros carros. Ficou famosa a foto de um imenso estacionamento de shopping repleto de carros parecidos com a Kombi destacando-se imponente entre eles - veja foto ao lado.

                O veículo logo chamou a atenção de jovens pertencentes a uma cultura boêmia e nômade dos anos 1950 dos círculos de Nova York e São Francisco: os beatniks – ou “geração beat” cujo símbolo máximo foi o escritor Jack Kerouac e seu livro “On The Road” que subscreve um estilo de vida antimaterialista e solidário.

Eles já haviam subvertidos dois elementos do estilo de vida da classe média: a t-shirt e a calça “rancheiro”. A primeira, de underware os jovens começam a usar como roupa social; e a segunda de roupa símbolo de status por ser usada por “rancheiros” (proprietários de casas de campo ou pequenas fazendas) passa a ser usada como símbolo de rebeldia ao ser usada sem vinco e propositalmente surrada e desbotada.

A Kombi torna-se também símbolo dessa rebeldia ironicamente subvertendo os próprios conceitos publicitários: o veículo barato, com atitude e simples. A Kombi parecia recriar o próprio conceito de propriedade, uma espécie de “do it yourself”, “faça você mesmo” que os punks e a geração X posterior retomariam mais tarde: qualquer um podia consertar um motor VW. E a procura de peças em qualquer loja reforçava esse espírito comunitário que se contrapunha à ética individualista das prestadoras de serviço das companhias de seguro e de auxílio mecânico – veja BURNETT, David. “From Hitler to Hippies: The Volkswagen Bus in America”, Thesis Master of Arts, University of Texas at Austin, 2002 – clique aqui e leia o texto.

Kombi: uma roadtrip espiritual


                “On The Road” de Kerouac elegia a estrada como significante de uma busca espiritual. Nos anos 1960, músicas como “Magic Bus” do The Who e filmes como “Magical Mistery Tour” com The Beatles e “Easy Rider” com Peter Fonda e Denis Hooper ressoam na cultura pop a roadtrip como uma jornada espiritual de transformação espiritual. Seja em um ônibus (transporte solidário e coletivo) ou motocicleta (sempre em grupos), a viagem será tanto geográfica como mental por meio das drogas lisérgicas experimentadas no caminho.

                E qual o companheiro mais confiável que dá um sentido de atitude e independência? A Kombi, que se transforma no ícone mais acabado da contracultura seja beatnik ou hippie.

                Nessa lista de 10 filmes, percebemos três estratégias da indústria do entretenimento para estereotipar, neutralizar ou simplesmente expiar esse arquétipo de liberdade em que se transformou esse fascinante veículo: como um clichê nostálgico de uma época que morreu, como veículo de vilões estrangeiros hollywoodianos ou como insincera e oportunista estratégia de marketing corporativo da Volkswagen em, por exemplo, reeditar os velhos designs como o New Beetle ou o Microbus.

A Kombi no cinema em dez filmes:


1. Kombi Nation (2003)

Filme neozelandês independente em estilo reality show onde três jovens saem em uma viagem em uma Kombi através da Europa com uma equipe de TV, como uma espécie de rito de passagem. Ecos distantes da mística conexão do passado entre a Kombi e a viagem como jornada espiritual. Aqui, reduzida a um “American Pie” motorizado.

2. The Bus Movie (2012)

Um precioso documentário de Damon Ristau sobre a história do “VW Bus” e a sua ressonância na cultura pop, Publicidade, rock e literatura. Ristau explora a história do VW, a partir de volta ao seu local de nascimento no pós-Segunda Guerra Mundial na Alemanha, levando o espectador a um passeio ao coração de Woodstock e do movimento contracultural. Vai à estrada e entrevista os proprietários do VW Bus de todo o mundo. Ristau pinta uma imagem mais clara de por que a "hippie van" tornou-se o símbolo internacional de liberdade, amor, aventura e amizade.

3. Carros (2006)

Nessa animação da Pixar/Disney temos o clássico estereótipo através de uma Kombi Hippie chamada Fillmore – referência à mítica “The Fillmore Auditorium” em São Francisco onde abrigava os shows das maiores bandas de rock dos anos 1960. Fillmore pertence a um grupo de outros antigos carros que moram em uma cidadezinha perdida no tempo na Rota 66 - referência à mítica estrada da geração beat. Vivem das reminiscências das glórias do passado. Olhar condescendente e piedoso da indústria cultural corporativa vitoriosa para os derrotados. Mas eles têm bons valores a ensinar ao protagonista Relâmpago McQueen... que o importante é competir e não vencer... ironicamente, uma mensagem em um vitorioso blockbuster!

4. De Volta Para o Futuro (1985)

Ignorando a mensagem de paz e amor que as Kombis hippie deixaram, terroristas libaneses usam o veículo em uma sequência onde armados com pesadas metralhadoras tentam roubar de Doc e Marty o precioso plutônio que necessitam para fabricarem armas de destruição em massa. Aqui Hollywood põe a Kombi nas mãos de RAVs (Russos, Árabes e Vilões em geral). Claro, porque a Kombi também é um carro estrangeiro... E não devemos esquecer que o filme foi realizado no meio da era conservadora Reagan onde todo simbolismo “democrata” deveria ser expiado.

5. Ronin (1998)

Uma Kombi verde modelo militarizado está nas mãos de gangsters russos. Como a maioria dos filmes de ação norte-americanos, um carro estrangeiro só pode estar nas mãos dos RAVs.

6. Pequena Miss Sunshine (2006)

Claro que não podíamos esquecer da Kombi amarela desse filme onde uma família de losers desajeitados e pouco adaptados ao estilo de vida norte-americano cruzam os EUA para levar sua pequena filha às finais de um concurso de beleza. O mérito do filme é desenvolver dois simbolismos associados à Kombi: a roadtrip espiritual e o forte princípio de independência do veículo – como sempre ele quebra, para em seguida toda a família empurrá-lo e o motor pegar “no tranco”. A associação da simplicidade mecânica da Kombi com autonomia e liberdade.

7. I Am Kombi (2012)

Um curioso contraponto francês da visão cinematográfica da Kombi vista pelos olhos da diretora Claudia Marschal. Uma perdida e confusa Kombi decide fazer uma viagem ao redor do mundo em busca de sua verdadeira identidade. Visto através dos olhos de vários proprietários, a Kombi se depara com alguns fatos cativantes que ilustram revelações surpreendentes sobre sua reputação no passado e presente. Através de uma onipresente narração em of, somos levados a uma aventura informativa que é ao mesmo tempo divertida e misteriosa.


i am Kombi - teaser V0 from claudia marschal on Vimeo.

8. Lost (TV série – 2004-2010)

A misteriosa Iniciativa Dharma, projeto científico de pesquisa com objetivos obscuros na cultuada série de TV Lost, era formada claramente por geeks hippies que desenvolveram algum experimento relacionado à manipulação do tempo/espaço. Qual o veículo de transporte dessa Iniciativa? Uma Kombi. Veículo perfeito para um misterioso experimento que mistura ciência com misticismo, a começar pelo nome da instituição.

9. VW Bus Tour: Americana Bohemia (2009)

Um rockmentary e mais um exemplar de roadtrip. A redescoberta da América em uma Kombi. Um jovem recém-formado decide se mudar de Ohio para a Califórnia viajando de bicicleta. No meio do caminho publica um livro independente sobre sua aventura, lança um DVD com a trilha musical da viagem e continua a jornada em uma Kombi vermelha 1970. Um filme autorreferencial que tenta buscar a América profunda em uma mistura de estilos grunge e hippie.

10. Bran Nue Dae (2009)

Musical que conta a história de um jovem no final dos anos 1960 que tenta manter-se moralmente puro no Outback australiano em meio à música selvagem e mulheres à solta. Mas perde-se nos bares locais e acaba sendo colocado à força pela mãe em uma conservadora escola católica, da qual fugirá e encontrará hippies que se oferecem para levá-lo numa Kombi através das lindas paisagens desérticas. Mais uma roadtrip que associa a Kombi à jornada de liberdade e amadurecimeto espiritual.

Fonte: cinegnose.blogspot.com.br