sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Dois poemas de cordel - Leia e releia e se embarace nessa teia

Ai se sêsse    de Zé da Luz

Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém se acontecesse
de São Pedro não abrisse
a porta do céu e fosse
te dizer qualquer tulice
E se eu me arriminasse
e tu cum eu insistisse
pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
Tarvês que nois dois ficasse
Tarvês que nois dois caisse
E o céu furado arriasse
e as virgi toda fugisse.




ABC do nordeste flagelado   de  Patativa do Assaré

Posso dizer que cantei
Aquilo que observei
Tenho certeza que dei
Aprovada relação
Tudo é tristeza e amargura,
Indigência e desventura,
Veja, leitor, quanto é dura
A seca no meu sertão.

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