quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Desafio da educação pública é o de atrair mão de obra qualificada

Por ArthurTaguti
Comentário ao post  "Os indicadores de educação no Brasil"

Concordo que gestão seja importante, mas gestão não pode existir sem planejamento e grandes decisões políticas prévias.
Existem os indicadores para medir os avanços na educação, mas o poder público, seja federal, estadual ou municipal, tomou alguma decisão política que faça ser esperado grandes saltos qualitativos no setor? Ou nada foi mudado e espera-se que com engenharias e reengenharias de gestão algum milagre seja operado?
Um dos grandes desafios para a nossa educação pública é atrair de mão de obra qualificada.
Dos últimos anos para cá, foi elaborado algum plano articulado para valorizar a sua carreira?
Não desmerecendo nossos educadores, que resistem às mais diversas intempéries ao exercer seu ofício, mas falta valorizar o Professor a ponto do Magistério se tornar uma carreira tão ou mais atraente que a Magistratura, por exemplo, como fora em outros tempos.
"Utopia! Se nem para Professor Universitário está fácil, imagina para o da educação básica?"
Com certeza, só que a carreira dos Professores, em todas as instâncias, está desvalorizada, porque a lógica de ganhos dos sindicatos está na sua capacidade de pressão, e não conforme as prioridades que os nossos governantes deveriam estabelecer.
Sindicato de Professores nenhum, neste contexto, conseguirá com greves conquistar uma carreira tão valorizada como a de Fiscais e Promotores. Mas se a população de um modo geral começar a aderir a causa deles, engrossando o coro das ruas para pressionar políticos, como agora está ocorrendo no RJ, podemos ver algumas mudanças no front.
Enquanto for mais atraente ministrar aulas em colégios privados, ou prestar concurso em outras carreiras públicas, não conseguiremos mudar esta lógica imperante, do ensino público ser enxergado como aternativa última, que só tem valia para os que não conseguem arcar com colégios privados.
Aliás, este próprio conceito do "gestor" aplicado a educação pública gera um pouco de mal-estar.
Não é a toa que Cláudia Costin seja tão valorizada pelos nossos governantes. Ao invés dos números serem instrumento para implementar melhorias, conforme Nassif pontuou neste tópico, as planilhas e os resultados se tornam instrumentos em si, e todos os fatores envolvendo a educação se tornam variáveis, custos que talvez tenham que ser cortados, e assim doravante.
Saudades do tempo em que nossos Secretários de Educação eram profissionais respeitados por todos os Professores e Pedagogos, como Darcy Ribeiro e Paulo Freire, que vislumbravam o lado humano da questão, que acreditavam em grandes mudanças de conceitos ao invés de milagres de gestão.
O grande problema também na administração pública é a descontinuidade de políticas acertadas. 
 
Depois de Brizola no RJ e Erundina na cidade de SP, o quanto ainda subsiste de herança dos seus mandatos para a educação?

 


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