O primeiro trimestre de 2014 marcará o início do novo modelo de gestão do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), que contará com a participação ativa, nos processos de seleção, dos fornecedores de bens e serviços para a área de petróleo e gás.
Criado pelo Ministério de Minas e Energia em 2003, o programa capacitou, até setembro passado, 97 mil técnicos em 17 estados, em cursos nos quais foram investidos mais de R$ 290 milhões.
Os recursos do Prominp são procedentes da Participação Especial,
definida pela Lei do Petróleo e equivalente a 0,5% sobre a receita bruta
dos poços de petróleo cuja produção excede 20 mil barris diários. Esses
recursos formam um fundo que é gerido pela Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
“O Prominp é um programa criado para estimular a qualificação do
fornecedor da indústria de petróleo e gás, para que ela possa participar
de projetos no Brasil e no exterior”, destacou, em entrevista à Agência
Brasil, o coordenador executivo do programa, Paulo Sérgio Rodrigues
Alonso.
Segundo ele, levantamento feito em 2013 pelo Prominp e a ANP
constatou que apenas 67% do pessoal capacitado estavam empregados de
fato na indústria de petróleo e gás e 33% saíam para outras áreas. Havia
a necessidade de canalizar esse contingente de técnicos qualificados
também para a indústria de petróleo e gás, explicou.
Verificou-se que os editais públicos levavam em conta a necessidade
de pessoal dos grandes empreendimentos, mas não incluíam as empresas
que iam contratar, como estaleiros e companhias de construção e
montagem. Este ano, a ANP e o Prominp decidiram estabelecer novo modelo
que levantou os principais projetos da indústria de petróleo e gás até
2015, entre eles a construção de novas refinarias, 38 plataformas e
barcos de apoio, que se juntaram às necessidades dos grandes estaleiros e
empresas de construção e montagem.
Os processos de seleção serão conduzidos a partir de agora pelas
próprias empresas fornecedoras de bens e serviços do setor, de acordo
com a disponibilidade de vagas, que serão anunciadas no site do Prominp.
Os fornecedores indicarão as categorias profissionais de que necessitam
e também destinarão, juntamente com o Prominp, recursos para a
qualificação dos trabalhadores, ao contrário do modelo que vigorava até
então.
O novo sistema estabelece que os alunos farão os cursos com metade
paga pelo futuro empregador e metade pelo Prominp. “Se ele (aluno) não
tiver grau mínimo no fim do curso, a empresa não tem que arcar com o
ônus da demissão”, esclareceu Paulo Alonso. A medida, segundo ele,
preserva o candidato e a empresa contratante. A Petrobras acompanhará
todo o processo.
Nessa nova fase do programa, serão oferecidas 17.207 vagas até
2015. Os profissionais serão absorvidos pela Petrobras e outras
operadoras do setor de petróleo e gás e pelo mercado. O novo modelo terá
também novo gestor - o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), da Confederação
Nacional da Indústria -, uma vez que a instituição anterior que
gerenciava os cursos, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e
Equipamentos (Abimac), encerrou o convênio e não demonstrou interesse
em renová-lo, informou Paulo Alonso. O convênio com o Instituto Euvaldo
Lodi já foi assinado.
O coordenador executivo do Prominp não tem dúvidas de que o
programa beneficia o mercado brasileiro em termos de aumento de emprego e
de renda, contribuindo também para elevar o nível de conteúdo nacional
nos projetos da área de petróleo e gás. “A qualificação está ficando
mais apurada”, sustentou, acrescentando que há ênfase para a indústria
naval. “Focalizando na formação desse pessoal, para conseguir que, no
horizonte de cinco anos, os estaleiros brasileiros estejam no mesmo
nível dos estaleiros de fora”.
A exploração e produção na região do pré-sal é objetivo também do
Prominp. “De todas as 17.207 vagas previstas para essa nova fase do
Prominp, 55% são para trabalhar em obras do pré-sal”, disse Alonso. Os
restantes 45% se dividem entre as áreas de petróleo e gás, energia,
elétrica e abastecimento. O Prominp vai investir R$ 51 milhões nessas
17.207 novas vagas de qualificação.
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