sábado, 3 de agosto de 2013

Protestos, Voltaire, ignorância e democracia

Por lucianofernandesjr
Quanto perdemos e quanto ganhamos...O processo de crescimento é o aumento constante do arcabouço de abstrações, e neste ponto ganhamos o entendimento. Mas neste processo descobrimos o fim. E perdemos tudo o que da sentido a ínfima existência. A mente limitada é garantia de felicidade, de deuses que trarão as delicias do eterno. Assim como no conto de Voltaire, o brâmane traz a infelicidade em seu coração porque acompanhado da sabedoria. Dai a conclusão que a pré-condição de uma vida feliz é a ignorância. Mas paradoxalmente uma ignorância que não desejamos.
A irracionalidade traz em si uma dádiva. Quando se vê pessoas num culto, cantando louvores ao vazio, quando se vê pessoas bradando nas ruas que estão fazendo história, e não somente jovens imberbes, repudiando qualquer liderança, vê-se a ignorância no sentido mais brutal e puro. Mal enxergam que de seus atos nascem o que há de pior na democracia, a negação da representatividade, as nuvens de um fascismo, ou as condições para tal. E não  se diga que se trata de um anarquismo mal assimilado, pois este, mesmo nesta esfera, pressupõe a tolerância, o convívio com todos os tipos de pensamento, e não  a hostilidade com bandeiras, partidos, sindicatos ou organizações civis ou políticas. E diferentemente do pensamento esquerdista, onde o foco é a destruição da ordem estabelecida, ou como sinônimo a mudança das relações de produção, e portanto uma espécie de hostilidade objetiva, racional, ficam perdidos entre bandeiras obscuras, metas difusas. Entende-lãs è como tentar decifrar um sonho, frutos que são de pensamentos mal assimilados e associações desconexas.Por que marcham? Muitos protestaram contra preços de transportes, mas no íntimo pouco acreditavam, outros contra emendas constitucionais sem saberem ao certo que Pec significava exatamente isto.
Protestos contra a "cura gay" como se estivessem na iminência de serem forçados a isto, uma caça da qual seriam vítimas. E a pergunta que se impõe, a grande indagação, é o porquê destas marchas aleatórias e caóticas. E nisso entra a ignorância, e portanto a felicidade, a ilusão de uma transformação revolucionária.A explicação talvez mais plausível podemos encontrar na analogia da adolescência. A grande transformação ocorrida no governo petista criou, por assim dizer, uma nova classe média, como o nascimento da prole que mais tarde se revoltará com os pais. E nisto não há nada de teleólogico. Trata-se, como afirmado, de uma analogia e de como o Universo possui soluções limitadas (como rios, arvores, artérias, etc, mas isto é um capítulo a parte).
No pleno emprego, no crescimento, ainda que moderado, nas ações da polícia federal e governo contra a corrupção, afirmam justamente o contrário, como a contradizer as ordens e comportamentos dos pais.É de se surpreender que nenhum estudo objetivo alcance explicações tão simples. De cientistas sociais afirmando uma pretensa sensação de falta de representatividade, de sociólogos citando "primaveras", como uma tautologia, uma regressão indutiva infinita, toda uma fauna de "explicadores" com poucos argumentos, que não os de autoridade, sem qualquer nexo causal, vimos assim, como a explosão adolescente, os movimentos se esvaírem, com um senão de resquício de um rancor contra a autoridade paterna.
O mundo é estranho, mas estranhamente simples. Como afirmado, a natureza é econômica. De uma analogia simples, como tantas existentes no mundo, vislumbramos o ridículo de "autoridades" em entrevistas globais, em editoriais "folhetinescos" preverem a derrocada de um governo e o surgimento de um "Novo Brasil". Mas como a ignorância é uma benção, e o homem só sobrevive porque esquece o ontem, continuarão com suas análises vazias, sobre os holofotes da mídia com seus interesses intrínsecos,  e cegos de vaidade cederão a qualquer microfone e absurdamente agradecendo pelo convite para expor suas opiniões, quando a lógica impõe que cobrem por seu trabalho.
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