quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Cientistas conseguem reverter Alzheimer pela primeira vez

Sugerido por Gunter Zibell - SP
Do Sapo.pt

Doença de Alzheimer revertida pela primeira vez

Graças a esta técnica inovadora, Andrés Lozano foi convidado a participar, na semana passada, na entrega dos IX Premios de la Fundacion Hospital de Madrid, onde fez uma atualização do estudo.

Um grupo de investigadores conseguiu reverter pela primeira vez a doença de Alzheimer. A equipe de cientistas canadianos usou uma técnica de estimulação cerebral profunda que pôs um travão à doença.

Doze meses depois não houve quaisquer sinais de permanência ou até mesmo regresso da doença de Alzheimer nos seis pacientes que constituíram a amostra do estudo, inicialmente apresentado em Novembro de 2011 numa conferência da Society for Neuroscience.

Em dois destes pacientes, a deterioração da área do cérebro associada à memória não só deixou de encolher, voltando ainda a crescer e a aumentar de tamanho. Nos restantes quatro pacientes, o processo de deterioração desta região do cérebro parou por completo.

Segundo a equipa de investigadores da Universidade de Toronto, liderada por Andres Lozano, nas pessoas portadoras de Alzheimer, a região do hipocampo é uma das primeiras a ser afetada e a reduzir o seu tamanho.

Uma vez que o centro de memória funciona nessa área do cérebro, há uma grande alteração a esse nível: as memórias de curto prazo são convertidas em memórias de longo prazo. Por isso mesmo, a degradação do hipocampo é que revela os primeiros sintomas da doença, nomeadamente a perda de memória e a desorientação.

Vários exames cerebrais feitos a pacientes com Alzheimer dão a conhecer que o lobo temporal (região do cérebro onde se encontra o hipocampo e o córtex cingulado posterior) absorve muito menos glicose do que o normal, daí o seu mau funcionamento e consequente degradação.

Por forma a reverter este quadro degenerativo, Lozano e a equipa recorreram a uma técnica de estimulação cerebral, que envia pequenos impulsos elétricos (130 vezes por segundo) para o cérebro através da implantação de elétrodos.

Os dispositivos foram implantados junto do fórnix - aglomerado de neurónios que envia sinais para o hipocampo - dos pacientes em estudo, diagnosticados com Alzheimer há pelo menos um ano.
Passado mais de um ano desde o início da investigação, os testes mostraram que a redução de glicose foi revertida e que o lobo temporal voltou a funcionar corretamente.

As conclusões do estudo, publicadas em 2012 no jornal científico "JAMA Neurology", podem conduzir a novos caminhos para tratamentos da doença de Alzheimer, uma vez que a doença foi, pela primeira vez, revertida.

Ainda assim, os cientistas admitem que a técnica ainda não é definitiva e que é preciso fazer uma maior pesquisa, pelo que estão agora a realizar uma segunda fase de testes, desta vez com 20 pessoas portadoras de Alzheimer.

Para complementar,  há uma apresentação de Andrés Lozano ao TED disponível em
http://www.ted.com/talks/andres_lozano_parkinson_s_depression_and_the_switch_that_might_turn_them_off.html


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